quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Negro




Por Letícia Vidica Marques da Rosa - Jornalista


Negro não é cor. Negro é raça.
Negro não é sofrimento. Negro é luta.
Negro não é tristeza. Negro é alegria.
Negro não é derrota. Negro é vitória.
Negro não é vencido. Negro é vencedor.
Negro não é ladrão. Negro é trabalhador.
Negro que já foi escravo sim, hoje é História.
Negro que é folia, é samba, é carnaval, é harmonia.
Negro que sofre sem ser sofredor.
Negro que ri, que canta, que dança, que ora, que quer, que consegue.
Negro que supera obstáculos e vence barreiras.
Negro é a raiz da liberdade.
Negro é a solução.
Negro Zumbi, Negro Mandela...
Negros que fizeram a História.
Negro Pelé, Negra Xica, Negro Sambista, Negro Capoeirista, Negro Médico, Negro Advogado, Negro no meio do povo, no meio da gente.
Negro que não quer ser igual, nem diferente, que só quer ser negro, visto e respeitado como.
Negro ontem, hoje, amanhã e sempre.
Negro não quer preconceito, Negro quer respeito.
Negro não quer falsidade. Negro quer verdade.
Negro não quer fingir. Negro quer ser.
Negro quer espaço, quer liberdade.
Negro não quer ser tachado, não quer ser roubado.
Negro não quer ser a sempre a empregada da novela, o motorista da madame, a manchete de jornal na seção policial, o mais visado na fila de um banco, o mal olhado dentro de um restaurante, o enquadrado na blitz da polícia, o recebido por obrigação...
Negro não quer ignorância. Negro quer educação.
Negro não quer regalias, negro quer oportunidades.
Negro não quer droga nem cheirar cola. Negro quer escola.
Negra mulher, Negra Dandara, Negra Jovelina, Negra Glória, Negro Martin...
Negro da favela, Negro da Portela, Negro do morro, Negro do cais, negro!
Negro é lindo!
Seja negro sim! Tenha orgulho!
Não tenha medo de ser, você é, seja!
Mesmo que as pedras sejam mais pesadas do que possa carregar, carregue-as!
Assuma-se!
Tenha consciência. Tenha ciência.
Grite bem alto! SOU NEGRÃO!
Viva todos os negros!














O Grupo Raiz Mostra através da música e da dança a beleza da cultura negra, e principalmente a beleza da nossa cultura, pois foi da batidados tambores africanos, e nos rebolados da negra africana que surgiu nossa música e nossa dança.








Somos negros sim não pela cor da pele
mas pelo amor a nossa ancestralidade.

Ensaios


O Grupo Raiz realizam seus ensaios na escola Madre Imilda á 9 anos e já formou muitos dançarinos, percicionistas. e esse é o grupo show realizando seu ensaio para uma apresentação.








Além de dança e percussão afro, o Raiz tem danças brasileiras, percussão brasileira, capoeira angola entre outras atividades, todos os sábados na escola, essas atividades são abertas para a comunidade. É um projeto social.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009














































Apresentação em Várzea paulista




no 2º Trançando Arte de Várzea











































Apresentação na UmaPaz no Ibirapuera
Breve histórico do Projeto Raiz
O Projeto Raiz nasceu em 2000 na escola Madre Maria Imilda do Santíssimo Sacramento na Vila Curuçá.O projeto foi idealizado por um grupo de educadores da mesma instituição.Estes educadores perceberam que tendo a escola um papel de transformação na vida do aluno(não apenas pessoal,mas também social)era necessário que esse aluno percebesse a sua importância dentro da sociedade e também descobrisse o seu papel de transformador.As estatísticas não mentem e nossos olhos confirmam: Desde a "convenientemente chamada"abolição,a população negra foi empurrada para a periferia cada vez mais.O negro faz parte da sociedade apenas como "mais um" indivíduo ou como um mero trabalhador.No poder ,no comércio,no quadro de professores,instituições públicas e "privadas",o negro ainda não participa da forma como deveria,pois se a metade da população é negra,seria lógico e óbvio que a metade dos participantes dessa sociedade,em todos os setores,fossem negros.Toda essa situação chegou à esse ponto devido alguns acontecimentos históricos extremamente cruéis. É através do conhecimento e entendimento destes fatos que os alunos irão refletir e buscar respostas para essa proposital exclusão do negro como elemento ativo da sociedade.O Projeto Raiz busca através de determinadas atividades artísticas a valorização e a difusão da cultura Afro-brasileira como forma de recuperar a auto-estima e a identidade étnica,a integração social dos participantes e até uma formação profissional,caso o aluno se interesse mais intensamente por uma das atividades desenvolvidas.Temos um caso de uma ex-aluna e participante do projeto, estar dando aula de dança Afro.Todas as oficinas são desenvolvidas por arte-educadores, profissionais em sua determinada área e acontecem aos sábados.As atividades são:-Dança Afro-Danças Brasileiras-Grupo de Maracatu-Percussão-Canto coral-Atividades de artesanato,instrumentos e artes pláticas-Desfile de figurino Afro-*Em desenvolvimento: aulas de teatro-*Em desenvolvimento: leitura e conscientizaçãoO projeto já se apresentou em espaços importantes da cidade como Anhembi,Câmara Municipal,Sesc Itaquera,Sesc Vila Mariana, Fórum Mundial da Educação,no Bexiga e outros,mas o projeto vê com a mesma importância uma apesentação na Vila Curuçá como uma no Anhembi,pois o intuito do projeto não é espetáculo e sim conscientização.O projeto Raiz foi reconhecido pelo seu trabalho com dois prêmios:-1º lugar do Brasil no concurso"Educar para a Igualdade Racial" 2004, na categoria de ensino fudamental II,promovido pelo CEERT-Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades .A entrega do Prêmio foi no Sesc Vila Mariana.-"Menção honrosa" da Câmara Municipal de São Paulo no "Prêmio Betinho"de 2006.Estes reconhecimentos mostram a seriedade do nosso trabalho enquanto projeto social.O Projeto Raiz foi tema de um dos programas "Nota Dez" da Rede Futura em 2005.O programa fez parte da série "A Cor da Cultura" e o Projeto Raiz ficou entre os dez projetos do Brasil escolhidos para fazer parte do programa.Agradecimetos:Agradecemos a todas as pessoas que fizeram parte do projeto durante esses anos.Professores,alunos,pais,a comunidade e pessoas que viram no projeto um trabalho sério contra o preconceito.agradecemos a Empresa Amicorp por acreditar e nos ajudar,e agradecemos principalmente á diretora Vera, que além de ser uma das idealizadoras,continuou acreditando e ajudando em todos os sentidos o projeto.Bem,isso foi um "breve" histórico do projeto.